domingo, 17 de março de 2013

EU ESTOU ARREPENDIDO

Um jovem de 22 anos chamado Alex,depois de tomar algumas doses, sai a toda de uma badalada casa noturna de São Paulo. Em plena madrugada, ziguezagueando com seu carro pela Avenida Paulista, ele derruba três cones de segurança e atropela um ciclista. Ninguém sabe explicar ao certo, mas o impacto foi tão violento que decepou um dos braços do ciclista. E se isso não bastasse, o braço decepado foi parar dentro do carro do playboy paulistano.

Quando voltava para casa, Alex atirou o braço decepado num rio qualquer. Para que serve um braço decepado? Para nada, então melhor atirá-lo fora.

Alex foi identificado e preso. Disse então estar arrependido do que fez. Muita gente acha que ele não foi sincero ao dizer isso. Eu discordo totalmente. Acredito piamente que ele esteja arrependido.



Apesar de não ser tão jovem, eu posso me ver na situação de Alex. Posso me ver numa balada cheia de gente bacana, muitas gatas, muita paquera. Mas chega uma hora que aquilo cansa. É madrugada, tô a fim de ir embora. Pego o carro e saio dirigindo a toda. É como se estivesse jogando vídeo game, só que a adrenalina é bem maior. Eu me vejo em plena Avenida Paulista, a mais importante avenida do Brasil. Ela está deserta, piso no acelerador a saio fazendo um ziguezague muito doido. Eu me sinto o cara. Eu sou o maior.

De repente, aparece do nada um ciclista na minha frente. Não dá tempo de desviar e eu atropelo o pobre diabo. Que merda! O que esse maluco tava fazendo aqui? O que esse cara tinha de estar pedalando uma bicicleta em plena madrugada? É melhor dar no pé.

Poderia ter dado tudo certo, mas a polícia me localizou. Que merda! Meu pai vai me dizer um monte. Vai gastar dinheiro com advogado, provavelmente vai cortar minha mesada. Será que ele vai me proibir de pegar o carro de novo e de sair à noite?  O que eu vou ficar fazendo à noite em casa? Será que eu vou para cadeia? Acho que não, provavelmente os advogados vão livrar minha barra. Mas se eu for para a cadeia, provavelmente será algum presídio especial. Acho que não me vão colocar junto com a macacada. Os advogados vão dar um jeito nisso.

Tudo culpa daquele cara da bicicleta. Se não fosse aquele babaca, eu não estaria metido nessa enrascada. Se pudesse prever o futuro, não teria saído de casa, ou talvez tivesse pegado um táxi. Agora estaria numa boa. Vou falar a verdade: eu estou muito arrependido.


Nenhum comentário:

Postar um comentário